A santa justiça do povo que dorme

A história volta-se a repetir com o BCP, o Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa ilibou este banco do pagamento da coima de três milhões de euros, requerida pela CMVM, que tinha condenado a instituição por ter actuado de forma ilícita ao vender acções próprias aos clientes, com crédito, durante as campanhas de angariação de novos investidores.

Milhares de clientes do BCP, apoiados na acusação da CMVM, avançaram com pedidos de indemnização, alegando ter recebido "informação pouco clara" para os levar a comprar acções. O BCP negociou com cerca de 400 investidores e chegou a acordo com 300.
Os actos remontam às campanhas de angariação de novos accionistas, realizadas no quadro dos aumentos de capital de 2001 e 2000. A gestão de Jardim Gonçalves instituiu um sistema de incentivos agressivo que levou os funcionários a convencer os clientes a contraírem créditos para subscreverem acções, sendo o preço médio superior a 3,5 euros (alguns chegaram a cinco). Meses depois a cotação caiu para um euro. Os titulares assumiram dívidas superiores aos activos adquiridos e alguns clientes, impedidos de alienar os títulos até liquidarem os empréstimos, viram ordenados e bens serem penhorados.

A CMVM apresentou ainda outras queixas no Ministério Público contra o banco e os ex-gestores (Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Cristopher Beck, Alípio Dias, António Rodrigues), por manipulação de mercado.

Gostaria de saber quanto pagaram ao juiz.