quarta-feira, 8 de junho de 2011

chega de conversas sobre coisas chatas do passado

Este post surge duma conversa com amigos, em que a gente discutiu qual é o comportamento melhor quando alguém que conhecemos faz algo que achamos profundamente injusto.

Claro está, aquilo que acho que se devia fazer, não coincide sempre com aquilo que consigo fazer. Vou escrever o que julgo mais ético e inteligente para mim. De facto, inteligente e ético são sinónimos neste contexto, pois  os dois dizem respeito às consequências das nossas ações.

Quando reparamos que algo injusto se está a passar, e não temos dúvidas qualquer disso, é ótima prática tomar iniciativa quanto mais cedo conseguirmos, mas a reação devia limitar-se ao contexto que a provocou, e devia ser bem controlada.
Se toda a gente souber que eu reprovo um comportamento, se o disser abertamente e se reagir conforme, sem me deixar levar pela raiva e pelo ressentimento,  tenho mais possibilidade de ter pessoas do meu lado, tirando eficácia ao comportamento injusto.
Se, ao contrário, eu mostrar uma hostilidade generalizada, também em situações alheias à causa da minha chatice, dou azo a desculpas e justificações, dou a impressão que sou eu o "mau", o "chato", e fico numo estado psicológico que me leva a exagerar a situação. O risco é a autocomplacência em se sentir moralmente superior, o orgulho de estar a lutar sozinho contra o mundo mau.  Nada de saudável, nada de jeito. Pelas mesmas razões, as zangas do passado deviam ser esquecidas. A raiva tem a função de dar a força para reagir quando é preciso. Manter a raiva viva depois de ela ter já cumprido esta tarefa, alimentando-a com conversas acerca de factos antigos, tem o único efeito de estragar a vida e a saúde, sem adiantar nada.

É com cada um querer ou não continuar um relacionamento de amizade, ou de cordialidade, com uma pessoa que se portou de forma injusta. Por um lado, exigirmos padrões morais demasiado elevados dos nossos amigos, leva a uma vida fechada no orgulho, com os efeitos sobre a vida e a saúde acima mencionados.  Por outro lado, temos o direito de recusarmos um relacionamento próximo se acharmos que pode voltar a magoar, claro está .... mas também não é preciso, neste caso, andar comentando demasiado durante imenso tempo.

Em qualquer caso, o ofensor devia  conhecer as razões do ofendido, ainda melhor se fossem discutidas abertamente, pois isto dá ao ofensor a possibilidade de se aperceber das consequências das suas ações, e também de explicá-las (nem tudo aquilo que achamos seja ofensa, é o de facto).

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