segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O alto charme da desumanização em Channel e Vuitton

http://graphics8.nytimes.com/images/2008/04/24/business/25snipes01_600.jpg
Que há gente muita rica em Angola não é novidade para ninguém, mas não consigo evitar uma incontrolável ira quando leio artigos onde a cruel realidade dos factos se estampa. Ler que há quem venha propositadamente a Portugal para ir ao cabeleireiro, eventualmente tendo esperado dois dias para ter lugar em classe executiva pelo qual pagou um excesso de 5.000 euros para uma curta viagem de sete horas, que há homens de negócios "atarefados" que passam 24 horas em Lisboa para consultas em clínicas de estética, onde são evidentemente tratados com todas as mordomias, que se compram facilmente relógios de 900.000 euros e casas de 6 milhões, provoca-me uma revolta e um nojo incomensuráveis quando muito deste luxo é o resultado directo e descarado de corrupção, num país com uma insegurança inacreditável onde ainda se mata para roubar um telemóvel e onde se vai para a prisão por delito de opinião. E, sobretudo, quando mais de 60% da população vive abaixo de níveis médios de pobreza, mais de 1/3 terço na condição de deslocado, o índice de mortalidade infantil é dos mais elevados do mundo, mais de 100 mil pessoas são mutiladas de guerra, etc., etc., etc...

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